domingo, 6 de abril de 2008

A busca.

Ultimamente tenho estudado alguns volumes de psicanálise, não em busca de respostas ou entretenimento. E é estranho como alguns de nós se propuseram a entender a mente alheia, no interím de exostismos e afins. Cada qual com sua particularidade e peculiaridade. Sempre achei que as coisas eram simples, assim como tinha certeza que todos os humanos eram no mínimos superstimados em sua ínfima grandiosidade.

Não creio que esteja enganado acerca da superstimação, mas o que nos leva a isso? A vida nos é imposta, ou escolhemos ser seus impostores? São abordagens que a filosofia nos traz por exemplo. Longe de mim traçar paralelos existencialistas ou niilistas. Mas como não se apegar a algo? Como 'seguir' as idéias de NIetszche e ser nada, para fincar raízes mais profundas? Como tornar-se um super-humano?

Não há respostas, a complexidade humana exerce um fascínio. Porque nós parecemos medíocres a certos olhos e soberbos a outros? Será que nos entregamos assim? será que somos tão absorvidos pela vaidade de nossa insignificância?


A imagem acima é bem astrofísica, heh, uma galáxia e estamos alí, um pontinho. Pensar nisso deveria nos enlouquecer. Entretanto, há de se lembrar de mentes como Da Vinci, Julio Verne e Einstein, cada qual com sua ocupação e época. Esses seres nos mostraram que há muito mais do que uma idéia maniqueísta na qual somos 'meros' pontos.

Dignificaram a idéia de 'poder', mesmo que seja um poder limitado ao nosso pequeno círculo de influências, ou a pequena jornada de existência. Somos finitos, não perenes, mas o que fazemos permanece, e é a busca dessa permanência que aflige aqueles que buscam a verdade. Simples e como sempre, dependendo da fonte, a verdade muda, altera, relativiza-se. Cada qual com sua versão.

E nessas versões, cada pessoa ( cuja palavra é originada do Grego persona=máscara) se utiliza de ferramentas para existir, ou sobreviver. Como garantir a nós o todo, quando sempre nos achamos em falta com algo ou alguém?

Difícil, mas essa embromação toda é só pra lembrar da infância, na qual as coisas eram simples, como dizia anteriormente. Havia pra onde correr, havia pra onde chorar, havia um canto no qual sorrir... Onde as coisas eram simples, e havia um refúgio, onde o encanto era presente e não havia preocupações com meio-ambiente. Onde podíamos ser tolos e ainda nos achavam engraçadinhos. Onde a única filosofia que importava era a busca do inexplorado, do verdadeiro auto conhecimento, e de quando não nos utilizávamos de máscaras sociais. Onde éramos apenas, a brevidade, e a vontade. Onde éramos apenas. Nós....



E pra finalizar, o mestre das citações. Oscar Wilde.
Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe.

E então meu caro amigo (a), como você está, vivendo ou apenas existindo?

*tirinha de Calvin e Haroldo*

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Mudando de foco.

A mudança se orientará para o fim de temporada da série Californication, exibida pelo canal Warner Channel . A série que prometia muito desde o início trazendo o eterno agente Fox Mulder, David Duchovny interpretando Hank Moody, de arquivo-x e uma subversão não costumeira nos relatos de uma série.

A princípio soa como uma comédia dramática relatando, as excentricidades de um escritor tipo 'one hit wonder' que lançou um best seller chamado 'god hate us'. Que deixado pela quase esposa, pelo qual é apaixonado, acaba se entregando a prazeres que possam retirá-lo ou aliviá-lo do fato de estar longe da mulher que ama e da filha pré-adolescente. Claro que o tal prazer é sexo. Hank afundado em sua própria miséria usa o sexo como ferramenta de distanciamento da realidade, ou de sua condição.

A premissa é boa, sim o é, mas ao explorar tal ousadia no tema, sempre se ocorrem deslizes e no caso da série, a coisa parece simplesmente não sair do lugar. Ao ousar, ousar e ousar torna-se repetitiva e previsível, no lugar do crescimento e da disponibilidade que uma série dá para a evolução dos personagens a série fica engajada em tentar a 'imoralidade' americana.

Ao contrário de séries que tem em sua tônica um fio condutor, mas preza acima de tudo a interação dos personagens, californication fica a dever. Um exemplo claro é Lost, a série tem sua temática 'mistério', no entanto está mais relacionado a como o tal mistério influência as reações humanas, como nos filmes 'zumbi' de George Romero, os zumbis são apenas 'desculpa' para o que os humanos fariam em condições extremas.

A série tem seus bons momentos, mas não é algo que cause grandes comoções por ficar sempre no mesmo ponto. Ao que parece Fox Mulder tentou se desvencilhar da imagem vivida por tantos anos, tanto que é produtor executivo da série. No entanto ao contrário de Matthew Perry (Chandler Bing em Friends) na sensacional e marcante Studio 60 on the sunset strip não conseguiu, tanto que esse ano estreará mais um filme de Arquivo X. Advinhem quem protagoniza...