sábado, 3 de maio de 2008

para não dizer...

Que esse espaço está abandonado...Lá vou eu, nobre cavaleiro errante, postar algo inútil aqui... e como um político dizer muito, sem muito dizer. Um pequeno texto que escrevi, que achei ruim na verdade, mas estou com preguiça de pensar e de procurar alguma coisa mais interessante. Terminando de ler (se conseguir) Sidarta de HERMANN HESSE faço uma resenha semana que vem... ou não!

Uma breve estória no tempo
- Uau, você está diferente, uma espécie de brilho novo! Alguma ocasião especial?
- Umhum, está tão evidente assim?
-Se está meu irmão...conte-me para onde você vai?
- A um baile, acredita? Um baile, há muito que não vou a algum, geralmente só à festas chatas de trabalho...
- É verdade, você tem que tentar curtir mais, só não te chamo para ir comigo, pois é complicado, acho que você não vai gostar das baladas que eu vou.
- Pelo que tu dizes... não mesmo... mas gosto muito de bailes. E dessa vez, dará tudo certo, eu combino perfeitamente com ela.
-Sério?
-Sim, ela que me escolheu.
-Caramba!!
-Ela mesma disse o quanto eu combinava.
-Eu sei o quanto gostas, prometa-me uma coisa, quando voltar conte-me tudo, ok?
-Certo, certo, agora é minha hora até mais.
Algumas horas depois.
- Irmão, ainda acordado?
-Sim, estava esperando você chegar. Conte-me, como foi?
-Sensacional, ficamos dançando até as luzes cessarem juntamente com as vozes, só os sons dos passos no solo.
-E ela?
-Pisou em mim algumas vezes, mas nada que eu não pudesse agüentar.
-Fico feliz que tenha voltado satisfeito!
-Ah, muito, foi muito diferente dessa vez, eu senti até o suor escorrendo, acho que era o nervosismo.
- Em baladas o nervosismo não vem assim, ele termina com doses de álcool. Haha
-É, mas nos bailes você volta com uma mescla de suor e perfume, é mais cadenciado sabe?
- Do jeito que você diz, vou acabar tendo que ir algum dia!
-Acho melhor não, cada um com suas preferências.
-Mas as pessoas devem experimentar coisas novas!
- Bailes são clássicos e você é muito cool.
-Não fala assim comigo, você sabe que eu não gosto quando me tratam assim.
-Chega de discussão, estou cansado e quero cochilar, e tu , não se esqueças de quem és, certo?
- Como vou esquecer, eu tenho aqui marcado ó, made in taiwan e uma vírgula marcando minha procedência e marca.
-E eu tenho o charme de toda uma linha feita para ternos alinhados seu tolo!!
Nesse momento, as luzes se apagam e o donos do tênis e do sapato. Apaga a luz para descansar do baile. Nesse momento, ele cai no sono lembrando do rosto da moça que escolheu a classe ao invés da modernidade. O sapato ao invés do tênis e sequer percebe do que ocorre à sua volta, mas e daí, ele está apaixonado. Quem se importa, não?
Até a próxima!

domingo, 6 de abril de 2008

A busca.

Ultimamente tenho estudado alguns volumes de psicanálise, não em busca de respostas ou entretenimento. E é estranho como alguns de nós se propuseram a entender a mente alheia, no interím de exostismos e afins. Cada qual com sua particularidade e peculiaridade. Sempre achei que as coisas eram simples, assim como tinha certeza que todos os humanos eram no mínimos superstimados em sua ínfima grandiosidade.

Não creio que esteja enganado acerca da superstimação, mas o que nos leva a isso? A vida nos é imposta, ou escolhemos ser seus impostores? São abordagens que a filosofia nos traz por exemplo. Longe de mim traçar paralelos existencialistas ou niilistas. Mas como não se apegar a algo? Como 'seguir' as idéias de NIetszche e ser nada, para fincar raízes mais profundas? Como tornar-se um super-humano?

Não há respostas, a complexidade humana exerce um fascínio. Porque nós parecemos medíocres a certos olhos e soberbos a outros? Será que nos entregamos assim? será que somos tão absorvidos pela vaidade de nossa insignificância?


A imagem acima é bem astrofísica, heh, uma galáxia e estamos alí, um pontinho. Pensar nisso deveria nos enlouquecer. Entretanto, há de se lembrar de mentes como Da Vinci, Julio Verne e Einstein, cada qual com sua ocupação e época. Esses seres nos mostraram que há muito mais do que uma idéia maniqueísta na qual somos 'meros' pontos.

Dignificaram a idéia de 'poder', mesmo que seja um poder limitado ao nosso pequeno círculo de influências, ou a pequena jornada de existência. Somos finitos, não perenes, mas o que fazemos permanece, e é a busca dessa permanência que aflige aqueles que buscam a verdade. Simples e como sempre, dependendo da fonte, a verdade muda, altera, relativiza-se. Cada qual com sua versão.

E nessas versões, cada pessoa ( cuja palavra é originada do Grego persona=máscara) se utiliza de ferramentas para existir, ou sobreviver. Como garantir a nós o todo, quando sempre nos achamos em falta com algo ou alguém?

Difícil, mas essa embromação toda é só pra lembrar da infância, na qual as coisas eram simples, como dizia anteriormente. Havia pra onde correr, havia pra onde chorar, havia um canto no qual sorrir... Onde as coisas eram simples, e havia um refúgio, onde o encanto era presente e não havia preocupações com meio-ambiente. Onde podíamos ser tolos e ainda nos achavam engraçadinhos. Onde a única filosofia que importava era a busca do inexplorado, do verdadeiro auto conhecimento, e de quando não nos utilizávamos de máscaras sociais. Onde éramos apenas, a brevidade, e a vontade. Onde éramos apenas. Nós....



E pra finalizar, o mestre das citações. Oscar Wilde.
Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe.

E então meu caro amigo (a), como você está, vivendo ou apenas existindo?

*tirinha de Calvin e Haroldo*

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Mudando de foco.

A mudança se orientará para o fim de temporada da série Californication, exibida pelo canal Warner Channel . A série que prometia muito desde o início trazendo o eterno agente Fox Mulder, David Duchovny interpretando Hank Moody, de arquivo-x e uma subversão não costumeira nos relatos de uma série.

A princípio soa como uma comédia dramática relatando, as excentricidades de um escritor tipo 'one hit wonder' que lançou um best seller chamado 'god hate us'. Que deixado pela quase esposa, pelo qual é apaixonado, acaba se entregando a prazeres que possam retirá-lo ou aliviá-lo do fato de estar longe da mulher que ama e da filha pré-adolescente. Claro que o tal prazer é sexo. Hank afundado em sua própria miséria usa o sexo como ferramenta de distanciamento da realidade, ou de sua condição.

A premissa é boa, sim o é, mas ao explorar tal ousadia no tema, sempre se ocorrem deslizes e no caso da série, a coisa parece simplesmente não sair do lugar. Ao ousar, ousar e ousar torna-se repetitiva e previsível, no lugar do crescimento e da disponibilidade que uma série dá para a evolução dos personagens a série fica engajada em tentar a 'imoralidade' americana.

Ao contrário de séries que tem em sua tônica um fio condutor, mas preza acima de tudo a interação dos personagens, californication fica a dever. Um exemplo claro é Lost, a série tem sua temática 'mistério', no entanto está mais relacionado a como o tal mistério influência as reações humanas, como nos filmes 'zumbi' de George Romero, os zumbis são apenas 'desculpa' para o que os humanos fariam em condições extremas.

A série tem seus bons momentos, mas não é algo que cause grandes comoções por ficar sempre no mesmo ponto. Ao que parece Fox Mulder tentou se desvencilhar da imagem vivida por tantos anos, tanto que é produtor executivo da série. No entanto ao contrário de Matthew Perry (Chandler Bing em Friends) na sensacional e marcante Studio 60 on the sunset strip não conseguiu, tanto que esse ano estreará mais um filme de Arquivo X. Advinhem quem protagoniza...

sexta-feira, 28 de março de 2008

Laços..

Para manter a linha, pós texto de Clementine, mais uma relíquia que demonstra a genialidade do Bardo ( e uma nostalgia de minha parte).

Se minha carne fosse pensamento
A distância jamais me reteria;

Apesar dos espaços, em um momento,
E bem longe, a ti eu chegaria.

Que importa onde meu pé pudesse estar,
Em que terra de ti tão afastada ?

O pensamento salta terra e mar
Só de pensar na terra desejada.

Morro ao pensar que não sou pensamento,
E que sonhar distâncias não consiga;

Sou feito de águas e terras, os elementos
Que ao tempo ocioso e à minha dor me obrigam.

De lentos elementos me resigno,
A ter somente as lágrimas, seus signos.

A um dia de verão como hei de comparar-te ?
A um dia de verão como hei de comparar-te ?

Vencendo-o em equilíbrio, és sempre mais amável !
Em maio o vendaval em ternos botões disparte

E o estio se consome em prazo não durável.
Às vezes, muito quente, o olho do céu fulgura,

Outras vezes se ofusca com a sua tez dourada;
Decai da formosura, é certo, a formosura,

Pelo tempo ou o acaso é enfim desadornada:
Mas teu verão é eterno, e não desmaiará.

Nem hás de a possessão perder tua beleza,
Vagando em sua sombra, o fim não te verá,

Pois neste verso eterno ao tempo, tu te igualas:
Enquanto o homem respire, e os olhos possam ver,
Meu canto existirá, e nele hás de viver.

William Shakespeare
Poutz, tem como não admirar as palavras?

domingo, 23 de março de 2008

Recomeçar...

É Páscoa.

Fora qualquer tipo de simbologia religiosa, acho válido pensar num sentido além, o renascimento. Tanto para cristãos ou judeus, a base é a mesma: é possível uma renovação, o renascer apesar dos problemas de percurso.

Não perdendo de vista a comemoração do Mabon, ritual pagão do equinócio de Outono que, bem como a descrição acima, prega a renovação, uma época de introspecção, meditar, rever os erros e começar a modificá-los!

Não sei se é porque me encontro passando por esse dilema, acaba vindo a calhar a idéia de romper um ciclo. É possível que nem sempre essa quebra seja motivada por processos ruins, pode ser que algumas pessoas decidam recomeçar quando estão no ápice da roda, mas convenhamos que são situações singulares e exporádicas.

O recomeço pode ser constante, não numa data pré-determinada, ele ocorre no momento que achamos propício. Parafraseando Drummond em uma de suas poesias:

"Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre."¹

É difícil recomeçar por vários motivos, entretanto o mais complexo é o comodismo somado a falta de confiança. Esperamos por muitas vezes um sinal, divino ou não, de que esse é o momento, sendo que o sinal está dentro de nós o tempo inteiro, que é a insatisfação.

Viver empurrando com a barriga as situações por medo, contando os minutos para o passar dos dias, isso é um suicídio diário. O propósito da vida é simples: viver plenamente, ser feliz... Pode soar como auto ajuda, mas é verdade.

Se por milhões de anos o mundo vem se adequando as mudanças, por que não podemos fazer da mesma forma?

É uma questão de prioridade.

Pois então meus amigos, já fizeram um balanço de suas vidas?


Postado ao som de: Enya - Sumiregusa

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¹ Receita de Ano Novo - Carlos Drummond de Andrade



quarta-feira, 12 de março de 2008

Deixando este blog cada vez mais poético...um petardo de Fernando Pessoa...

Poema em linha reta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

Sublime!!!

segunda-feira, 10 de março de 2008

Bares e tavernas.

Como aparentemente só eu escrevo nesse bar, vou deixar com vocês as palavras do bardo a entoar. (ê rima horrenda viu, isso é porque eu ando a falar quase sozinho no butecos- sem apóstrofe mesmo).











LXXVIII

Tão freqüentemente te invoquei como musa,
E um apoio tão lindo encontrei para o meu verso,
Que toda caneta estrangeira pegou minha mania,
E sob ti a poesia deles dispersa.
Teus olhos, que ensinaram os mundos a cantarem,
E a pesada ignorância a alto voar,
Acrescentou pena às asas dos sábios,
E deu à graça uma dupla majestade.
E contudo estejas super-orgulhosa daquilo que eu compilo,
Cuja influência é sua e de ti proveio:
No trabalho de outros apenas remendas o estilo
E suas artes com tuas doces graças ficam melhoradas;
Mas tu és toda minha arte e aumentas,
Tão alto quanto o conhecimento, a minha rude ignorância.

Bom, sendo sincero como todo bebum o é. Enjoei um pouco das leituras de peças do velho Shakespeare, mas os sonetos dele são um deleite, admiro a forma, a expressão, o conjunto. É estranhamente belo. A versão original



LXXVIII



1. So oft have I invoked thee for my Muse,
2. And found such fair assistance in my verse
3. As every alien pen hath got my use
4. And under thee their poesy disperse.
5. Thine eyes, that taught the dumb on high to sing
6. And heavy ignorance aloft to fly,
7. Have added feathers to the learned's wing
8. And given grace a double majesty.
9. Yet be most proud of that which I compile,
10. Whose influence is thine, and born of thee:
11. In others' works thou dost but mend the style,
12. And arts with thy sweet graces graced be;
13. But thou art all my art, and dost advance
14. As high as learning, my rude ignorance.

Pra quem gosta, os sonetos de shakespeare são formados por três quartetos e um dístico, e são alexandrinos, ou seja, cada verso tem 12 sílabas poéticas. Eu acho que é isso, não lembro bem na verdade...rs
Po, popopo, por ho ho hoje é só p pe p pessoal.

PS: a maravilhosa imagem é de John William Waterhouse, chama-se windflower e o sujeito era excelente.Ver as pinturas do cara acabam me deixando extremamente frustrado, pois eu lembro que se eu for desenhar uma lua minguante ela acaba por parecer uma banana - e não estou falando de uma banana bonita- terrível isso.

domingo, 2 de março de 2008

Conto

Continuando com o 'surrealismo', postarei um conto - preciosismos a parte- de minha autoria.
É infanto-juvenil, então nada de espantos na caixinhas abaixo. Inté


O ano era de 1006, nas proximidades do que hoje é a catalunã...
Nos arredores de um castelo, no fim da tarde, olhando fixamente para uma montanha enevoada, duas crianças sentadas na grama macia, estão praticamente imóveis, como se sua inocência os fizesse vislumbrar o futuro, até que:
- Sabe Joana, papai, antes de me pôr para dormir contou-me uma estória sobre um reino fantástico, com guerreiros, trols, nesse momento, o pequenino se levanta e golpeando o ar com uma espada imaginária, continua... Ah! Como eu queria viver lá! Uma vida repleta de aventuras, se.
A menina o interrompe, segurando a mão dele e diz:
- E se eu te dissesse que ontem sonhei que era um dragão?
O garoto franze a testa e arremata.
- Dragão?!?!?! Aquele bicho de cara feia que solta fogo e engole pessoas, mas você é mulher, não seria... dragona?!?! Após dizer isso, ele a fita suavemente com um sorriso curioso nos lábios.
-Não zombe de mim, ela diz, estou falando sério.
-O que você quer dizer com sério, você é uma normal!
-Normal sim, mas será que sou comum?
-Joana, pára com isso, imagina só se você virasse mesmo um dragão, dragona, fada, sei lá, você ainda tá sonhando sua boba, disse Caio Maximus do alto dos seus sete anos de experiências místicas, chamada vida, e após dizê-lo com toda a convicção, mostrou-lhe a língua. Joana nada respondeu, apenas inclinou a cabeça, e voltou a olhar a montanha.
- Olha, Olha, Olha, diz ela com um sorriso de satisfação no rosto, apontando para uma nuvem em destaque, O que aquilo parece?
Caio olha, olha reolha e diz coçando os olhos:
-Acho que entrei no seu sonho também, diz ele atônito, estou vendo um dragão...
Joana sorri aliviada e diz:
-Acho que sei o que aconteceu, nunca conheci papai, então...ele deve ser um dragão, em meio a devaneios, Caio a interrompe.
- Joana, pára, eu já te disse, e se você for mesmo um dragão, o que você vai fazer? Tem caçadores lá fora, e principalmente, quem vai brincar comigo? Tia Branca de neve? Mas ela nem agüenta correr!!! Caio se agita mais e mais e percebe que Joana ainda se encontra em devaneios. Ela o olha com um olhar sereno como um lago e suas palavras soam como a brisa de verão que sopra por esse mesmo lago, afáveis e tenras.
- Caio, escute-me, então você acredita em mim, não é? Afinal, como poderiam existir caçadores de algo que não existe? Seria o mesmo que orar para algo que não se sente.
- Joana, diz ele tristonho, não gosto de achar que você possa me deixar assim, um dragão deve querer voar por aí, né, além do mais, ainda acho que você está delirando.
-Delírio ou não, acho que papai me deu esse estranho sobrenome para selar quem eu sou, até que esteja pronta.
-Selar, sobrenome, você não está delirando, está é doida mesmo, se fosse por conta de sobrenome o meu ecoará em salas escuras como MAXIMUS, O GLADIADOR, gritou ele, novamente brandindo sua espada imaginária. Joana sorri e emenda:
- Claro, claro, e desde quando vou ser esposa de um gladiador?
-Você não terá opção, quem além de mim casará com uma dragona, diz Caio, soltando sua espada e indo ao chão dando sonoras gargalhadas de sua própria piada.
-Seu bobo, eu vou te devorar, ela diz, fingindo uma careta assustadora. Caio já recomposto, senta-se de pernas cruzadas e diz:
- Ta bom,então como seu pai te selou? O fato de você ter minha idade e ser maior do que eu nada quer dizer... Novamente mostrando a língua.
-Não tenho sua idade, sou 12 luas mais nova, e além do meu sobrenome ainda tenho isso, disse ela, enquanto tirava de um pequeno bolso, um objeto brilhante.
-O que é isso?
- Um rubi seu tonto, o rubi brilhava como se fosse um sol de rubra cor.
-Uau!
-É, uau...
- E quais são as palavras mágicas? Shazam, yupi, hocus pocus, abracadabra, abre-te sésamo? Caio obviamente diz isso desdenhosamente. Joana olha para o céu como se fosse tocá-lo e diz:
- Eu estou ouvindo.
-Ouvindo o quê?
- Olhe o céu!
Caio olha espantado para o céu e vê o sol quase se pondo, transformando-se, ficando da cor da rubi, e como se fosse tragado para dentro daquele brilho, o pequeno só ouve sussurros, nos quais só consegue distinguir...
- Não se preocupe, eu estarei contigo, só te peço que não se esqueças de mim, afinal, quem mais casaria com uma...
Após um som estridente e um vento forte, caio é jogado ao chão, ao virar-se para o céu só vê a sombra de uma imensa figura fazendo sombra ao sol.
- Joana? Ca, cadê você? Uma pequena lágrima escorre em seu rosto, ele a enxuga com as mãos:
- Nã...não posso ir contigo, nã...não mais , diz ele soluçando – mas não vou te esquecer...nunca, e exalando todo o ar em seus pulmões, ele grita:
- Eu sempre vou estar aqui...esperando!
De lágrimas incontidas ele se afasta do cenário, que visitará dalí em diante, todos os dias, até que as florezinhas, gramíneas, brisa, montanha, nuvem, o que seja, participe junto a ele do reencontro daquela que um dia ele ousará chamar... Minha .

sábado, 1 de março de 2008

escreveram prá mim, mesmo sem merecer...



A neblina cai densa
e mostra as partes mais escondidas de sua casa
quase impossíveis de se ver
aperto meus olhos...
Ventos pesados do norte errante
uivam ao me contar de uma Dama
que mora naquela Floresta inebriante
Ai meus ancestrais! o que salva destas tentações infernais
uma Dama que sempre triste almeja encontrar
a Fonte do êxtase e do Sorriso, por isto , teve um preço
que nenhum mortal desta Terra ousou pagar
Oh Lady Bewitched! ,
deixai-me morrer embriagado
de luxúria em teu colo, em prazeres desvairados
Oh Dama do meu Castelo de Ilusões surreais
posso eu ser dono de minha vontade
diante de suas formas esculturais?
Vem,
vem minha Lady,
envolta em volúpia
a Libido do Vento das Cachoeiras
Cavernas e... Danças do Benevento
Unamo-nos a elas as Bruxas em seu Sabbath anual


Obs: :o

para um "meu amigo"

Um dia, um "meu amigo" me disse que o que ele mais queria descobrir é o que passa na cabeça de uma mulher entre a pia e o fogão. Então, "meu amigo"....leia abaixo...

Dona de Casa x Casa da Dona


Mistérico

Elas lavam louças

E desintegram a cozinha

Num gozo volátil de detergente.

Arranham as panelas como éguas

Que engolem o mundo com os dentes.

Se penteiam como cadelas

Lambem os seus corpos

Como as esponjas lambem panelas.

Como brilham...Como brilham...

Descascam as batatas

Cortam maçãs

Arreganham vaginas aquáticas

Enquanto descaroçam romãs.
(by Márcia Frazão)

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Apresentação.

Como sou a nova aquisição do blog resolvi me apresentar sem pedir autorização- assim mesmo, sorrateiro- quase como um larápio, só que estabanado e muito, mas muito desastrado.
Idéias desconstruídas a parte, fui convidado por Clementine a fazer parte desse espaço. Acredito eu que devo ter alguma semelhança com Jim Carrey e isso tenha feito com que nela surgissem emoções perdidas - ou melhor apagadas- portanto o saudosismo a fez me chamar.
Quanto a Durden, bem, nos conhecemos algum tempo. O sujeito se amarra em coisas autênticas e excêntricas - ou dementes e irascíveis- montou há algum tempo um clubinho no qual sujeitos estranhos se estapeiam em busca de um pouco de liberdade perante ao sistema que os aflige. O pior de tudo é que me chamam de chefe também, como se eu tivesse algo a ver com a fundação do club... ninguém merece viu.
Bridget Jones, inglesinha com quedas por fanfarrões como Hugh Grant e um sujeito com pinta de pintor de a moça de brinco de pérolas.
E por fim, Srta. Morrison, essa eu não conheço bem, mas acredito no influência do meio sobre o indivíduo e principalmente dos círculos de amizades. Vendo dessa maneira só me resta crer que ela tentará utilizar nosso sangue em algum ritual para trazer Jim Morrison de volta a vida.
E que as portas se abram - sim, eu não consegui resistir em não fazer tal trocadilho besta- e um sonoro Niiiiiiii ecoe pelas salas e por favor garçom desse um chop num caneco zero grau aí por favor.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Lost...

Ao assistir hoje o 4º episódio da 4º temporada Eggtown, senti uma necessidade abissal de falar o quanto amo essa série...como ela é capaz de transformar 45 minutos em momentos de magia e identificação pura...não que já tenha estado numa ilha deserta, ou sofrido um acidente de avião (até porquê não sou exatamente um fã de aviões)....e sim porquê assim como os sobreviventes muitas vezes me sinto perdido...perdido em minha vida e em minhas ambições...o que eu espero do futuro e o que fazer para realizá-lo.
Como eles, muitas vezes percebo que minhas ações e pensamentos estão relacionados com o que vivi no passado e tenho certeza que meu presente infuenciará totalmente meu futuro e é nesses momentos de reflexão sobre a cadeia de acontecimentos que nos leva ao estágio atual de nossas vidas que me sinto íntimo dos personagens.
Entendo erros...aplaudo acertos....fico de boca aberta com suas surpresas...triste com suas tragédias...enfim me sinto mais humano...e "vivo" com esses amigos que há muito deixaram de ser personagens fictícios...
Levarei para sempre em minha estrada os risos e choros compartilhados com todos os sobreviventes...que mesmo perdidos em sua dor e em seu passado...buscam a todo momento encontrarem sua....redenção.



Para quem nunca assistiu Lost, ou está desatualizado...um vídeo bem divertido de 8 minutos e 15 segundos em que tudo de relevante é mencionado (embora não se possa visualizar a profundidade psicológica menciona acima).

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Sonhos...

Anaïs Nin certa vez escreveu ao comprador de seus contos eróticos que se ele nutrisse sua vida sexual com todas as excitações e aventuras que o amor injeta na sensualidade, ele seria o homem mais potente do mundo, pois a fonte do vigor sexual é a curiosidade, a paixão.
A busca pelo prazer extremo quase sempre se perde na casualidade, na aposta de que quanto maior o número de tentativas maior a probabilidade de se acertar, entretanto com toda essa barganha sexual, a razão se sobrepõem a emoção, transfornando o sexo am algo mecânico.
A imaginação é a protagonista dos mais belos atos.


"Seria só mais uma noite com os amigos, só mais uma noite entre bebidas, músicas e bate papo. Mais uma noite como tantas outras onde acabaria encostada em algum muro, com dedos entre seus cabelos, bocas coladas e um adeus amargo sendo proferido ao final. Com a certeza de que haveriam outros muros e outros dedos, sempre com a mesma expectativa.
Não sabia o que era paixão, talvez soubesse a etimologia, mas não o conceito em si repleto de sensações que a compunha de forma singular e, de tanto ouvir falar, idelizava o instante que descobriria o seu real significado.
No fundo percebia que era necessário se abrir a paixão, deixar-se arrebatar por ela. Definiu que essa não seria somente mais uma noite. Tinha certeza que alguém a esperava com uma intensidade recíproca, que a procurava, desejava, mesmo que até então só tivessem um ao outro em pensamento. Não havia formas, só desejo, volúpia, talvez a face singela (se assim for possível) da luxúria.


"Quero estar onde quer que você esteja. Deitada ao seu lado mesmo se você estiver dormindo. Beije meus cílios, ponha seus dedos sobre minhas pálpebras. Morda minha orelha. Empurre meu cabelo para trás. Desabotoe minha roupa com rapidez. Seus dedos. O calor. O frenesi. Nossos gritos de satisfação. Um para cada impacto do seu corpo contra o meu. Cada golpe, uma pontada de prazer. Perfurando numa espiral. O âmago tocado. O útero suga, para frente e para trás, aberto, fechado. Os lábios adejando, línguas de cobra adejando. Ah, a ruptura - uma célula de sangue explodida de prazer. Dissolução."¹



Sim, talvez toda essa descrição fosse paixão, e ela descobriria isso essa noite. Estava aberta a isso, queria imensamente.
No entanto, por enquanto era somente uma música... que explodia em sua cabeça como um vulcão..."


Postado ao som de: Pequeña Orquesta Reincidentes - Anoche
__________
¹ adaptado de Anaïs Nin - Diário I

sábado, 16 de fevereiro de 2008

...so sorry...

Talvez nunca tenha traduzido essa música por medo de você nunca mais me pedir nada....

Wolfsheim - Love Song



Para inaugurar minha participação no nosso querido The Story...vou colocar a tradução de uma das músicas da minha vida...música essa que uma grande amiga me prometeu há uns 4 ou 5 anos atrás a tradução.

Até hoje ela não me enviou...acho injusto fazer o mesmo com o blog.

Wolfsheim - Love Song

Wait my dear,no jealousies
Espere minha querida,sem ciúmes
Silly thing,you can't know how I feel
Coisa boba,você não sabe como me sinto..
Come take my hand I will show you,the flame
Venha pegue minha mão,eu te mostrarei a chama
Burning secrets,burning wishes...your name
Queimando segredos,queimando desejos...seu nome
Don't be insecure,don't be afraid...I'll hold you tigh
Não fique insegura,não fique assustada, eu te abraçarei forte
Oh!virgin weakness,infinite sweetness...that's you...
Oh!fraca virgem,infinita doçura que você é...
So let's dance...all alone
Então vamos dançar...sozinhos...
I want kiss you,want feel you...deep
Eu quero beijá-la,quero senti-la..profundamente
your silky skin,a tender touch
Sua pele de seda,um toque macio
A sigh that promisses so much
Suspiros que prometem muito
I want kiss you,want feel you,so deep
Eu quero beijá-la,quero senti-la..tão profundamente
and so we dance
e assim nós dançamos
Nothing never spoils my joy,of loving you
Nada nunca estragará minha alegria de ama-la
Of looking in your eyes...I couldn't be that blind
De olhar em seus olhos...eu não poderia estar cego...
The I don't crave for you
Que eu não anseie por você
And we still dance...
E nós ainda estamos dançando
I want kiss you,want feel you...want drown in your desire
Eu quero beijá-la,quero seti-la,quero estar desenhado em seus desejos...
your silky skin,a tender touch
Sua pele de seda,um toque macio
A sigh that promisses so much
Suspiros que prometem muito
I want kiss you,want feel you,so deep
Eu quero beijá-la,quero senti-la..tão profundamente
and so we dance
e assim nós dançamos


Como diria uma personagem de uma série que adoro LOVELY